Formulário de Contato

Entre em contato conosco preenchendo os campos abaixo:

Imagem da Seção Hero

Qual a importância da Parentalidade Consciente?

Consideramos o trabalho dos educadores uma responsabilidade sagrada. Em geral, espera-se dos pais e educadores que sejam nada menos que protetores, nutridores, confortadores, metres, guias, companheiros, modelos e fontes de amor e aceitação incondicionais. Bem sabemos que não conseguimos corresponder totalmente a isso. Mas se pudermos dedicar-nos a esta responsabilidade como um sacro-ofício, e colocarmos um pouco mais de atenção no processo à medida que ele se desdobra, é muito mais provável que nossas respostas sejam guiadas por uma consciência do que esse momento, ou esse menino ou menina _ nesse estágio de sua vida _ necessita e nos pede, através de seu comportamento.

Neste exercício de atenção, a consciência tem de ser inclusiva. Quer dizer, tem de incluir o reconhecimento de nosso próprio pensar, sentir e querer, abarcando também nossas próprias frustrações, inseguranças e defeitos, nossas questões não resolvidas e limitações, e mesmo nossas facetas mais sombrias e destrutivas, bem como as maneiras pelas quais podemos nos sentir oprimidos ou angustiados. Pois em diversos aspectos somos produtos e, às vezes, em maior ou menor grau, prisioneiros dos fatos e circunstâncias de nossa infância e anos de formação. Já que a infância molda significativamente nossa visão de mundo e de nós mesmos, nossas histórias inevitavelmente moldarão nossa visão de nossas crianças e “do que elas merecem ou não merecem” e de como devem ser tratadas, ensinadas e conduzidas. Mesmo que não o percebamos, trazemos por vezes, profundamente arraigadas, visões e crenças (algumas das quais sequer são conscientes), como se estivéssemos dominados por encantos poderosos. Só quando reconhecemos este fato é que podemos “desencantar-nos”, e aproveitar o que houve de bom, positivo e enriquecedor no modo como fomos educados, e superar os aspectos que podem ter sido destrutivos e limitantes.

Recentes pesquisas científicas dão conta de que o maior fator preditivo de um vínculo seguro e frutífero entre a criança e o adulto cuidador (pai, professor, ou outro adulto de referência) é a maneira que este cuidador tem de fazer sentido de suas experiências passadas, sobretudo às de sua infância. Tal vínculo, por sua vez, apoia o desenvolvimento da resiliência e do bem-estar das crianças. (Siegel, 2014)

Trata-se, portanto, de oferecer aos pais que o queiram, uma oportunidade de trilhar um caminho que faz da tarefa de educar os filhos uma oportunidade de desenvolvimento autoconsciente e colaborativo.

Imagem da Seção Histórico

Escolas de Pais outro nome para Comunidades Parentais - Breve Histórico

Nos anos 1960, em meio à situação de intensas e significativas mudanças sociais, muitos foram os que as sentiram como ameaça à tradicional família brasileira. Preocupados com as possíveis consequências futuras para a sociedade como um todo, religiosos da Igreja Católica, juntamente com inúmeros casais, na cidade de São Paulo, reuniram-se com a finalidade de estruturar um movimento que pudesse ajudar os pais na tarefa de educar os filhos, e assegurar que os valores tradicionais fossem preservados. Liderados por Madre Ignes de Jesus, Pe. Corbeil, Maria Junqueira Schmidt, casal Alzira e Antonio Lopes, entre tantos outros, esse grupo, em 16 de 0utubro de 1963, no salão nobre do Colégio Madre Alix, na cidade de São Paulo, aprovou o primeiro Estatuto da Sociedade que estabeleceu as normas para o funcionamento da assim chamada Escola de Pais do Brasil.

Nascia a primeira Escola de Pais da qual se tem notícia enquanto instituição formal.

Desde então, inúmeras iniciativas que se autodenominam Escola de Pais ou algo similar vêm surgindo por força da necessidade cada vez mais amplamente reconhecida de se fornecer às famílias orientações e referências para a educação das crianças e jovens.

A título de ilustração deste fato, note-se que na edição do dia 27 de maio de 2019 do Estadão foi publicada uma entrevista com Renata Kacczmarska, porta-voz do Secretariado da ONU para questões de família em que se destaca a importância de programas de educação para a parentalidade responsável. Segundo a especialista, que esteve em São Paulo para apresentar estudos da ONU que definem metas prioritárias e estratégicas para um Desenvolvimento Sustentável, levantamentos permitem concluir que políticas públicas voltadas para a família são um fator contribuinte para o cumprimento de tais metas, uma vez que o que ocorre no seio da família tem repercussão na esfera pública.

Objetivos das Escolas de Pais

Muitas das mais recentes Escolas de Pais foram fundadas por profissionais da área da saúde – médicos, psicoterapeutas e/ou pedagogos – outras, por religiosos, e outras ainda por mães que, com o advento das redes sociais, compartilhavam suas experiências e buscavam refletir e trocar ideias com outras pessoas sobre suas vivências. Em seus objetivos, elas em geral convergem com poucas diferenças. Em sua maioria, elas visam:

Imagem complementar
Imagem da Comunidade

Nossa Comunidade de Prática Parental na Escola Waldorf Rudolf Steiner


Escola de Famílias da EWRS também nasceu da necessidade dos pais que buscavam fazer sentido de suas experiências na lida cotidiana com os filhos. Havia, contudo, um elemento adicional particular, pois seus filhos estudavam numa escola Waldorf, e experimentavam um processo pedagógico muito distinto daquele que eles próprios vivenciaram em sua época. Havia um anseio de compreensão dos fundamentos filosófico-pedagógicos que orientavam a prática dos professores a fim de colaborar com o processo de aprendizagem das crianças. Sabendo-se que o elemento distintivo desta Pedagogia se encontra essencialmente na concepção do ser humano e das leis que regem seu desenvolvimento, estes pais também queriam tomar parte neste conhecimento do desenvolvimento dos filhos e de si próprios.

Assim, a partir das perguntas e angústias existenciais dos pais, conteúdos desta visão antroposófica eram compartilhados na forma de estudos orientados e ilustrados pelas situações do dia a dia. Os textos lançavam luz e permitiam compreender melhor as situações com que se defrontavam as famílias segundo o estágio de desenvolvimento de cada criança. Porém, compreender e reconhecer algo como verdadeiro, muitas vezes não era suficiente para produzir as mudanças de atitude desejadas.

Foi se desenhando entre os integrantes daquele grupo o senso comum de que todos trazemos em nossa história padrões de comportamento condicionados por crenças e outras influências, nem sempre conscientes, mas cujos efeitos se fazem sentir fortemente, não raro, na direção contrária àquela a partir da qual nos propomos a realizar algo em conformidade com a nova compreensão. Era preciso trabalhar em si e na própria biografia.

Assim, adicionalmente, exercícios de autoeducação passaram a ser propostos e praticados individualmente, com a posterior partilha das observações e reflexões sobre sua evolução. Primeiro em grupos pequenos e, na sequência, em plenária abrangendo o todo.

As experiências de partilha em pequenos grupos geravam sentimentos de pertencimento e aceitação, pela possibilidade de exprimir o que se pensa e sente, de escutar e ser escutado, de compreender e ser compreendido.

Através da interação e da comunicação, as experiências emocionais geradas contribuíam para a formação de vínculos que frutificavam em apoio mútuo. Pois os membros do grupo percebiam que outros também tinham experiências e dificuldades semelhantes e sentiam que não eram os únicos a ter dificuldades.

Os exercícios desenvolviam uma compreensão empática das crianças e de si mesmos em cada situação, permitindo o reconhecimento de novas alternativas pedagógicas para cada caso. Muitos pais passaram a relatar atitudes novas que se mostravam mais efetivas no enfrentamento das dificuldades e na resolução de conflitos.

Muitas questões da própria história pessoal de vida eram evocadas, reconhecidas e ressignificadas. Para isso, certamente é relevante notar que a coordenação do grupo estava a cargo de profissionais da área terapêutica com conhecimento e experiência em diversas linhas e recursos desta natureza. Muito embora, o que ali fosse feito não tivesse, a priori, nem o propósito nem o caráter de terapia em grupo. O que ocorria é que mediante exercícios de auto-observação, muito do passado era integrado e transformado de maneira curativa, liberando padrões de comportamento condicionado que se perpetuavam há gerações.

Muitos pais se tornaram mais conscientes, mais habilitados a agir de forma coerente com o que compreendiam e se converteram em colaboradores fiéis dos professores, tantas vezes sobrecarregados em sua tarefa escolar.

Imagem da Seção Como Funciona

Como Funciona na Prática?

Esta Escola de Famílias tem sido a inspiração no meio Waldorf para novas iniciativas em outras comunidades. Mas hoje muitos dos pais que a frequentam semanalmente (todas as sextas-feiras das 7h45 às 9h00) vêm de outras escolas não Waldorf. O modelo é híbrido – presencial e simultaneamente virtual.

Cada época ou ciclo se dá com a duração aproximada de um semestre e explora temas que são determinados pelo próprio interesse dos frequentadores. A cada início de ciclo, uma colheita das questões e desafios mais prementes da perspectiva dos pais presentes gera um temário que é abordado e explorado através de textos, falas, diálogos, exercícios e partilha. Referências bibliográficas para aprofundamento acompanham também o trabalho desenvolvido. A cada novo ano, repete-se a dinâmica:

  • Acolhimento:
  • Boas-vindas, breve histórico e propósito da Escola de Famílias:
  • Escuta e Colheita das perguntas e angústias dos pais presentes
  • Referências de leituras e estudos que ajudem a iluminar as questões propiciando uma maior compreensão da criança e de si mesmo e um reconhecimento do que se passa
  • Exercícios de observação / atenção / compreensão empática das situações trazidas pelos pais
  • Sugestão de tarefas, exercícios para autoeducação – individualmente, em grupos pequenos, em plenária com acompanhamento de facilitadores.
  • Partilha de experiência

Para participar, escreva para comissaoescoladefamilias@gmail.com e fale de seu interesse. Você receberá um formulário para cadastramento e as instruções para tomar parte nos encontros.

Confira Nossos Treinamentos

Topo

This will close in 0 seconds